Editorial.

O que se propõe é perceber os acontecimentos do mundo. Mas nos acontecimentos, há infindáveis hipóteses, juizo de valor enfim, o achismo em sua "egotripe". (A parte mais superficial do id, a qual, modificada, por influência direta do mundo exterior, por meio dos sentidos, e, em conseqüência, tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do id.) Então, o que escrever neste blogg? Essencialmente, o que ou quem não se manifesta em nosso mundo! Pois o nosso id se tornou um caos! Afinal, temos vontade de que? Tentaremos! Pois, em terra de sapo, mosquito não dá rasante. Boa leitura! P.s.: Aguardo os comentários.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

TILT'S>>> A COPA DO MUNDO DAS OBRAS - por Alexandre Rodrigues Alves


Em outubro do ano passado, a FIFA escolheu o Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Por ser algo feito a partir de um chamado rodízio de continentes, já era algo esperado há algum tempo, ainda mais depois que Argentina e Chile retiraram sua candidatura conjunta para a organização do Mundial. Justamente por isso esperava-se que as melhorias necessárias para o país abrigar a competição já estivessem em andamento. Mas o que se vê são apenas discussões, conchavos, politicagens sem fim, ao invés de trabalho de verdade. Nem falo a respeito da melhoria dos nossos estádios - e quem os frequenta sabe que eles estão longe, mas muito longe mesmo das melhores condições de higiene, conforto e segurança. Reformar estádio não é apenas pintar uma vez a cada dois anos, ou quando a Seleção Brasileira (que raramente atua hoje em dia no Brasil) jogar nele, mas sim mexer em sua estrutura e não esperar alguma tragédia acontecer como emblemáticamente ocorreu na Fonte Nova em Salvador, poucos dias depois do anúncio do Brasil como país-sede da Copa. Refiro-me às melhorias que deveriam ser feitas nas estruturas das cidades como um todo. Em maio passado o Ministério do Turismo divulgou que vai repassar uma verba de R$38,5 bilhões para infra-estrutura e modernizações, principalmente do transporte público, das possíveis cidades-sede de jogos. Vemos uma discussão enfadonha sobre quem ganhou mais, quem ganhou menos, porque a cidade A teve mais do que B, etc... Na realidade acho que, mais uma vez, a discussão no Brasil fica fora de foco. O problema e a pergunta principal que devemos fazer é: Porque só pensar na melhoria de nossas cidades para a realização um grande evento? Os políticos normalmente respondem que isso acontece pois "devemos sempre melhorar a imagem do Brasil lá fora". Ora, de que adianta termos uma casa aparentemente limpa, se escondemos a sujeira debaixo do tapete? Também costumam dizer que o legado de um evento esportivo fica para sempre no país. Se isso é um possível motivo o que vemos no Brasil é (mais um) péssimo exemplo. Foram prometidas para o Rio de Janeiro após o Pan-Americano do ano passado novas linhas de metrô, além do uso da Vila Olímpica como conjunto habitacional. Nada disso aconteceu. Os estádios construídos viraram "elefantes-brancos" (expressão usada para grandes construções que são pouquíssimo utilizadas), com exceção do Engenhão que virou campo de futebol. Certamente dentro de pouco tempo já precisará de reformas, como todos os outos estádios brasileiros. Talvez, além de reformar as cidades, precisamos também reformar muitos dos políticos que querem usufruir dessas obras. E penso também que não se pode querer fazer do Brasil um eterno canteiro de obras para competições que duram normalmente apenas um mês. Se é para construirmos um futuro, que ele seja bem mais duradouro.

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